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São Brás de Alportel “recebeu” em 2014, uma Central de Valorização Orgânica (CVO) de Resíduos da ALGAR, no denominado sítio da Alfarrobeira, conhecido pela População, como Alfarrobeira da Tumba – local situado entre o Peral, Mesquita, Barracha e Desbarato, com a finalidade de tratamento dos resíduos (lixo) rececionados ao nível local e dos Concelhos limítrofes, fazendo a sua triagem e separação, para posterior valorização dos subprodutos obtidos, como por exemplo a produção de Biogás – através de digestão anaeróbia – e depois utilizado para compostagem e consequente criação de composto orgânico, em suma, uma solução ótima para valorizar o lixo produzido pelo ser-humano, produzindo energia e minimizando a necessidade de aterros com consequência gravosas para o meio ambiente, uma boa solução, não fossem as queixas atualmente relatadas pelos Moradores, pois na prática e pelo facto daquela Unidade ser concretamente uma Fábrica de tratamento de lixo, a mesma, nunca poderia estar localizada paredes meias com habitações e fábricas de cortiça, pois associado a todo esse procedimento origina por vezes ruídos e maus cheiros, que não se coadunam com os “bons ares” de São Brás de Alportel.

Em 2017, houve denúncias e relatos por parte dos Moradores, que ocorriam odores de tal ordem nauseabundos, que as pessoas não podiam sequer sair à rua, ao ponto de originar episódios de vómitos e considerável mal disposição, tendo à data, o PSD de São Brás de Alportel e eu na qualidade de Vereador, solicitado Auditorias e Peritagens Técnicas aquela Unidade e mesmo o seu encerramento temporário, até que fossem aferidas as causas dos odores e se concluísse se estava ou não em causa, a saúde pública das Populações ali residentes. Após estas tomadas de posição, efetivamente, houve um período de acalmia em que os episódios relatados, cada vez eram mais pontuais ou escassos.

Agora e cinco anos volvidos, voltaram os maus odores, aliados a um ruído incomodativo e quase constante, merecendo novos alertas por parte dos Moradores, situações que carecem de respostas rápidas e efetivas, por parte da ALGAR, sendo que tal, não se pode resumir apenas a reuniões, mas sim, a efetivos e cabais esclarecimentos, sobre a origem destes episódios e ocorrências, que afetam gravemente as Populações de toda aquela zona do Concelho; Se tal for necessário, deve ser suspensa a atividade daquela Unidade, até que se façam e estejam concluídas, as obras necessárias, para garantir que estas situações e os relatos dos Moradores, não voltem a suceder.

Sabemos que face ao investimento de milhões de Euros, não será possível deslocar aquela Unidade para outro local, porém, infelizmente quem é Morador naqueles sítios do Concelho, perdeu consideravelmente qualidade de vida, e dificilmente conseguirá recuperá-la.

Pela parte da Autarquia, tem de se continuar a pressionar de forma efetiva, a Proprietária e Entidade Exploradora daquela Unidade – a ALGAR, e garantir que há uma Fiscalização real, efectiva e continua aquela Unidade, que chegou a ser apelidada pela Edilidade, como uma “mais-valia” para o Concelho; Uma mais-valia (é certo) no que toca ao tratamento dos resíduos, mas nunca a ser erguida no meio das inúmeras habitações previamente ali existentes, e jamais com a leviandade, como que foi aprovada, pois aquela Unidade, havia sido anteriormente, rejeitada pelos Concelhos limítrofes e foi entretanto, “oferecida” a São Brás de Alportel, o que se veio e está a revelar, um “Presente Envenenado” e com o qual lamentavelmente, teremos que aprender a viver e a conviver, mantendo-nos bem atentos e atuantes, de forma a reduzir ao máximo, o impacto daquela Unidade na vida das Pessoas.

Bruno Sousa Costa

(Vereador em Regime de Não Permanência, na Câmara Municipal de São Brás de Alportel)

8 de Outubro de 2022, São Brás de Alportel.